Larkin Poe - Mad as a Hatter

Prezados ouvintes,

Descobri há pouco tempo essa delicada melodia, onde a pujança das cantoras desequilibra a suavidade dos instrumentos.

Numa primeira audição, me encantei com a melodia e me debrucei para entender porque exatamente essa canção trouxe uma sensação de descansar em um colchão de espinhos.

Numa leitura superficial, a letra faz referências ao Chapeleiro Louco da Alice, que sabemos ser um personagem que não possui uma lucidez social muito coerente. Por outro lado, nas suas diversas interpretações, nota-se que ele é um ser extremamente carismático e que comanda um trupe de seres tão surreais quanto o próprio chapeleiro. Até acredito que o charme deste indivíduo seja justamente a falta de coerência social. Essa ausência de parâmetros o transforma o que algumas vezes nosso ego deseja: uma liberdade incondicional de regras. Ou seja: faça o que lhe der vontade.

O que parece confortável em teoria, não se aplica na prática. Pessoas dementes e esquizofrênicos seguem a cartilha do Chapeleiro Louco e sabemos como é difícil sua adaptação em nosso cotidiano.
Na introdução do vídeo, a autora explica que seu avô possui esquizofrenia e como isso afeta a todos, principalmente sua avó.

Concluindo: nos resta olhar com carinho os nossos Chapeleiros Loucos, e rezarmos para termos resiliência caso algum deles, em algum dia, bata em nossa porta.

Até a próxima!