Radio Joelson

Não sei se existe algum fundamento científico em minha teoria, mas sempre acreditei que uma preferência musical está intimamente relacionada com o estado momentâneo de espírito: se você está feliz, procurará aguçar a sua euforia com um ritmo mais frenético, enquanto em momento de reflexão a melhor compania será algo que represente o momento. Por outro lado, há músicas que eternizam sensações indeterminadas e acostumamos a revisitá-las sempre. Este foi o caso de "Florence + the Machine - No Light, No Light", onde este que vos fala não se cansa de garimpar novas versões e ouví-la até, algumas vezes, à exaustão... ... e vá saber porquê!

Toda vez que ouço essas musiquinhas dance dos dias de hoje, me vem uma profusão de imagens absolutamente dantescas* onde o termo múltimídia é levado ao limite. Um conjunção de luzes para atiçar a visão, música enebriante para excitar a audição, cheiros diversos para chamar a atenção do olfato, enquanto tato e paladar entram como coadjuvantes para as consequências da noite. Talvez nos tempos passados as expectativas nos bailinhos fossem as mesmas, mas em tese, toda a experiência visual e auditiva era oferecida pelos anfitriões de maneira empírica enquanto hoje, pelo menos em teses, existem estudos aprofundados de como fazer com que os sentidos sejam sistemicamente estimulados. Talvez este digitador esteja velho demais para conhecer essas novas modas, talvez a evolução tenha sido acelerada demais. O fato é que para acompanhar este momento teria que mexer em muitos conceitos enferrujados do passado... e pensando bem, neste momento, não estou disposto a fazê-lo! * Imagens dantestas: ...